MODELISMO EXPERIMENTAL II - Sucatas eletrônicas
Como sempre gostei de montar kits, sem maior comprometimento com algum tema ou até escala, não vejo dificuldade de associar à montagem elementos que não fazem parte do kit original.

Se a busca de elementos alternativos, já me ajuda oxigenar as idéias durante as montagens, a utilização de sucatas como bases, acessórios e até peças, considero uma das melhores partes da brincadeira.

Hoje em dia, talvez uma das maiores produtoras de sucatas, é a industria de aparelhos eletrônicos, onde a velocidade de lançamento de novas versões consegue ultrapassar a capacidade de absorção do mercado.

Como este não é um artigo sobre economia, vamos voltar ao modelismo experimental. Toda vez que um produto eletrônico, começando por micros-computadores, passando por telefones e outros aparelhos, deixa de funcionar, este passa por uma profunda desmontagem, onde retiro componentes, que um dia poderão ter utilidade em alguma montagem.

Para exemplificar pego inicialmente duas montagens; uma de um kit em resina de uma nave sci-fi, e outro um avião YF 12, já montado, que transformei em um caça interceptador, utilizando sua forma. A nave é uma droid da série Star Wars, que inicialmente já pintei e adesivei totalmente fora do padrão. Pela necessidade de ter uma base, comecei a fuçar na “gaveta mágica”, onde recolho placas, periféricos e demais peças “desmanchadas”, e nela encontrei um drive de diskette, que ainda equipa muita máquina por aí. Não queiram saber quanta peça é possível retirar daquele pequeno periférico, mas a que mais me agradou foi a carcaça, que desmontada permitiu a montagem do que poderia ser chamado uma Doca de lançamento. Para complementar apliquei um par de mãos francesas, que a rigor seguram a nave, e finalizando montei “geradores” com carcaças de soquetes de lâmpadas PL tipo palito.
A outra montagem, já uma transformação de um kit anteriormente montado, envolveu não somente sucatas, como sobras de outros kits. Aqui a serra comeu solto, encurta daqui, corta mais ali, e o caça começava a tomar jeito. Reposicionei peças anteriormente cortadas, e acrescentei algumas novas. Quando o “banco de órgãos” não atendia a necessidade, partia para o “hand made”, onde chapas de poliestireno foram a matéria prima principal. Com o “interceptor fight” bem encaminhado, comecei a me divertir com o projeto de sua base de lançamentos. Foi aí que encontrei uma Placa Mãe, presente de um modelista que trabalha em manutenção de micros. A Placa era perfeita, só foi preciso remover algumas peças que atrapalhariam o suporte do “caça”. Durante os ajustes, busquei qual seria a melhor posição para o conjunto, e a vertical foi a que mais agradou, necessitando então colocar um pé de apoio, que por sinal foi feito com um pedaço da carcaça do drive anteriormente citado.
Aproveitando este link com as placas eletrônicas, tenho outro exemplo de utilização, que foi como base para uma figura Anime (por sinal modificada durante a montagem). Neste caso utilizei uma placa sobre a qual, para dar uniformidade, apliquei uma camada de pintura cinza escuro, eliminando as cores originais dos componentes. Fora a pintura, é um caso muito simples de utilização de sucata, pois nela não foi preciso nenhuma adaptação.
Por enquanto é isso, conforme os novos projetos forem saindo da linha de montagem, um novo artigo será produzido e aqui postado. Agradeço a atenção, e espero que antes de mais nada, as idéias aqui apresentadas sirvam de incentivo à experimentação.
João Eduardo Costa (Joca)